Por Cristina Duba
Na primeira leitura preparatória para as próximas jornadas, que será no dia 12 de setembro, retomaremos o texto freudiano “Psicologia das massas e análise do eu”, de 1921, para pensarmos a dimensão subjetiva dos discursos dominantes contemporâneos: de que maneira discursos de ódio, políticas negacionistas, novas formas de segregação modulam grupos e “indivíduos” contemporâneos?
O que as elaborações freudianas sobre as massas nos ensinam ainda hoje?
Freud nos mostra que “a psicologia individual (…) é ao mesmo tempo, também, psicologia social” (1921, p. 91) e explica a formação das massas pela identificação ao líder e a ligação libidinal entre os chamados indivíduos do grupo.
Contudo, o cenário contemporâneo é diferente dos tempos modernos freudianos, quando os ideais e ideologias ocupavam o zênite do campo social e da civilização.
Por meio de que operações intelectuais, afetivas e políticas proliferam os negacionismos e se produzem “verdades alternativas”? (LEIA +)
Embora em contextos distintos, há algumas características comuns que unem a experiência brasileira a de outros países nos quais o negacionismo se tornou uma forma de gestão da vida política, o que nos leva a indagar de que maneira isso se produz e prolifera em cada um, quais raízes libidinais alimentam sua eficácia.
Tanto no debate político quanto nas formações subjetivas e afetivas, há uma depreciação dos fatos em benefício da produção de versões e narrativas sustentadas à força de convicções obscuras.
Neste encontro, pretendemos retomar o texto freudiano, a partir das orientações extraídas de textos de J. Lacan, J-A Miller e É. Laurent para avançar nestas e em outras questões apontadas em Psicologia das Massas e Análise do Eu.
Aproveitamos para lembrar que
1) os prazos para envio de trabalhos encerram no dia 25 de setembro;
2) o prazo para profissionais se inscreverem com o valor do primeiri lote acaba dia 20 de setembro.
Esperamos vocês nesta atividade preparatoria, bem como nas 29 Jornadas da EBP-Rio e do ICP-RJ.
Até la!
