CLÍNICA E POLÍTICA DO ATO
- Coordenação: Leonardo Lopes Miranda
- Periodicidade e horário: segundas e quartas sextas-feiras do mês, às 14h30
- Início: 08 de março de 2024
Em 2023 o nosso trabalho teve como direção o tema do XI ENAPOL “Começar a se analisar”, de modo que discutimos pontos importantes sobre a procura por um analista e a entrada em análise na atualidade. Para isso recorremos aos fragmentos clínicos apresentados pelos participantes do núcleo e também a alguns testemunhos de passe. A partir da discussão sobre a entrada em análise, pautada pela experiência clínica, incluindo o que ressoou do XI ENAPOL, terminamos o ano indagando sobre a interpretação na clínica atual. Iniciamos, então, a leitura do texto de Miller, “O avesso da interpretação” (MILLER, 1996), e extraímos para o proximo ano a pergunta sobre o lugar do analista e a intepretação na clínicia do falasser. Miller (1996) nos propõe refletir se “a interpretação propriamente analítica – mantemos o nome – funciona pelo avesso”. (MILLER, 1996, p. 99).
Em 2024, pretendemos pensar a intervenção do analista seguindo o último ensino de Lacan e o que Cottet diagnosticou como ”o declinio da interpretação”. Pesquisaremos sobre os arranjos analíticos e seus efeitos, ou seja, a intervenção do analista na perspectiva do falasser. De Freud a Lacan a interpretação foi ganhando contornos diferentes, assim como o conceito de inconsciente. Não por acaso. Pois colocar em pauta a subjetividade de nossa época e questionar como o inconsciente se apresenta, é também pensar como o analista intervém em sua prática na atualidade. Os novos arranjos sintomáticos tiraram o analista do lugar do Outro, fazendo-o ocupar o lugar do paceiro-sintoma? Assim, nesse ano, o Núcleo Clínica e Política do Ato vai se dedicar a estudar esse aspecto da política da psicanálise.
Prosseguiremos intercalando fragmentos clínicos com leitura de textos e nos guiando pelas surpresas que o dizer nos apresenta.