PSICANÁLISE E MEDICINA

  • Coordenação: Andrea Vilanova e Vinícius Darriba
  • Periodicidade e horário: Primeira e terceira terças-feiras do mês, às 20h30
  • Início: 05 de março de 2024

Do trabalho realizado ao longo do último semestre, extraímos três significantes – dor, urgência e tempo, enlaçados pelo corpo – como tema central do Núcleo, a partir da perspectiva do en corps lacaniano, dos efeitos de incorporação do significante no corpo. Como tempo e corpo entram no tratamento abrindo novas dimensões nas situações limites de dor e adoecimento orgânico? Como pensarmos a autorização do analista e o consentimento do sujeito, diante das situações de urgência? São algumas das questões de que seguiremos nos ocupando.

A partir do registro de experiências recolhidas da prática nas instituições, onde circulam múltiplos discursos, dentro de um escopo de equipe multiprofissional, nos interrogamos sobre o valor de ato produzido a partir de intervenções dentro de um tempo circunscrito, breve e às vezes em um único encontro. “É preciso fazer o sofrimento dizer”, surgiu na fala de um de nossos colegas, indicando que, na dimensão do gozo, as intervenções do analista podem atestar a presença do falasser, do falante no corpo.

Propomos relançar o trabalho a partir dessa tríade: dor, urgência e tempo, aprofundando nossas discussões acerca do corpo, o en corps lacaniano que segue nos interrogando e nos colocando a trabalho.

De modo transversal, a investigação acerca do lugar do caso na pesquisa desenvolvida no ICP também se constitui como eixo de interesse entre nós. O método que vimos empreendendo para escrita e leitura dos casos propostos pelos participantes nos coloca frente aos efeitos de retorno sobre a elaboração do caso e sobre o próprio analista. Uma questão permanece: como o trabalho em torno dos casos não se reduz a uma espécie de supervisão? É a transferência de trabalho, a partir da Orientação Lacaniana, que nos coletiviza ao mesmo tempo em que disso se soletra o ponto de enganche para cada um de nós, o que vai em direção à Escola, à formação de cada um.

Referências Bibliográficas:
BARROS, R.R. Sem standard mas não sem princípio. In: Harari, A.; Cardenas, M.;Fruyer, F. (Orgs.) Os usos da psicanálise (pp. 39-48). Rio de Janeiro, 2003.
BARROS, R. R. Urgência, um novo tempo. In: Urgência sem emergência? Rio de Janeiro: Ed. Subversos, 2012.
BELAGA, G.  La urgencia generalizada – la práctica en el hospital (apresentação). Buenos Aires: Grama ediciones, 2004.
LACAN, J. O tempo lógico e a asserção de certeza antecipada. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
LACAN, J. O Seminário livro 20: mais, ainda (1972-1973). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
SELDES, R. La urgencia subjetiva, un nuevo tiempo. In: BELAGA, G (org.)  La urgencia generalizada – la práctica en el hospital. Buenos Aires: Grama ediciones, 2004.
VIEIRA, M. A.Corpos em análise In: https://litura.com.br/page/2/?s=Corpo&id=1314&post_type=attachment
VILANOVA, A. (1997). A dor na própria carne – Psicanálise e doença terminal, um caso. In A dor de existir (pp. 277-284). Rio de Janeiro: Kalimeros.
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