PRÁTICAS DA LETRA
- Coordenação: Tatiane Grova Prado
- Coordenação Adjunta: Bruna Guanará
- Colaboração: Ana Lucia Lutterbach
- Periodicidade e horário: sextas-feiras, quinzenalmente, às 10h30
- Início: 5 de março
Tratamentos do gozo pela escrita
Em alguns contos da obra de Clarice Lispector, na continuidade da rotina, situa-se o aparecimento de uma fratura. Dessa forma, um acontecimento vertiginoso se introduz, o que delimita um antes e depois.
Partindo de como Lacan concebe o amor no Seminário 20, abordaremos a escrita de Clarice no primeiro tempo de nossa pesquisa nesse semestre. Dado que Lacan indica que “o que vem em suplência à relação sexual [enquanto inexistente], é precisamente o amor” (Lacan, 1972-73, p. 51), e que “fazer o amor, como o nome o indica, é poesia” (Ibid., p. 78), nossa aposta inicial é a de que justamente o amor é um dos modos de aparecimento do gozo não todo na obra de Clarice. Por meio dele, esse efeito de fratura na continuidade da rotina aparece1.
Seu fazer com o que não se encaixa ou, pelo menos, não se sacia com a organização fálica nos interessa por poder demonstrar um modo de tratamento do real pela escrita. Partiremos da hipótese de que esse tratamento do real em Clarice tenha um paralelo com a escrita que pode ser dar em uma análise.