PRÁTICAS DA LETRA

  • Coordenação: Tatiane Grova Prado e Bruna Guaraná
  • Periodicidade e horário: Sextas-feiras (quinzenalmente) – 10:30 – Formato híbrido
  • Início: 01 de agosto de 2025

Desde o início se trata de escrita, foi nosso ponto de partida para o programa do semestre passado e é o que aprendemos com Freud (1893-1895) desde os Estudos sobre a histeria. A experiência nas conversações do ICP-RJ, junto ao nosso percurso de investigação, confirmou que nosso tema central de pesquisa está mais próximo da escrita do caso clínico. Neste tema, se juntou a nós o convidado Francisco Pisani, membro da NEL, Nueva Escuela Lacaniana, do Chile, que traz importantes contribuições.

Freud, como nos lembra Pisani, inaugura quase um novo gênero de escrita, forçado pelo objeto da psicanálise, entre literatura e ciência: o caso clínico freudiano. Nosso percurso nos levou a articular os seguintes pontos: de que maneira o analista se presentifica em extimidade na construção dessa escrita? Qual o lugar para o analista, que organiza todo o ponto de perspectiva do caso? Como ele se inclui aí?

Esperamos relançar nossa pesquisa, nesse segundo semestre, a partir da discussão de fragmentos clínicos trazidos pelos participantes. Nestes fragmentos, contamos com abordar a função do analista, no sentido de que ele possa funcionar como “editor de texto” do analisante, introduzindo pontuações que orientam a leitura no diálogo do paciente com seu inconsciente.[1] Também investigaremos como o analista pode dar testemunho de sua entrada no texto do analisante, “revestido”[2] pelo paciente e tendo que pintar a si mesmo no quadro clínico, a partir da transferência.

Referências bibliográficas:
FREUD, S. (1893-1895). Estudos sobre a histeria. Em: ESB. Rio de Janeiro: Imago, 1996, v. II.
LAURENT, E. (2003). O relato de caso, crise e solução. Em: Almanaque de psicanálise e saúde mental. Belo Horizonte, ano 6, n. 9, nov., p. 69-76.
______. (2008). Interpretar a psicose no cotidiano. Em: Entrevarios, n. 2, abr.
MILLER, J.-A. (2013). Falar com seu corpo. Em: Opção Lacaniana, n. 66, ago. 2013.
PEREIRINHA, F. (2015). As meninas de Velasquez: dentro ou fora do quadro. Intervenção no Seminário da Antena do Campo Freudiano, 18 de jun., Clube Militar Naval: Lisboa.
PISANI, F. Z. (2020) Insistencias de la literatura en psicoanálisis: ensayos sobre la escritura en Freud y Lacan. Chile: Gráfica Metropolitana.
PRADO, T. G.; GUARANÁ, B. (2025). A construção do caso clínico: isso que cai. Em: O saber que resta: ensino, pesquisa e transmissão no ICP-RJ. (Org.). LEGEY, Paula. Rio de Janeiro: ICP-RJ. p. 103-108.
[1] “A interpretação, segundo Lacan, […] é criacionista. Ela determina o que é preciso fazer o analisando ouvir.” Laurent, 2008, p. 14.
[2]  Miller, 2013, p. 12.

 

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