PRÁTICAS DA LETRA

  • Coordenação: Tatiane Grova Prado
  • Coordenação conjunta: Bruna Musacchio Guaraná
  • Periodicidade e horário: sextas-feiras quinzenalmente às 10h30
  • Início: 15 de março de 2024

No semestre passado nos dedicamos, a partir do instigante caso produzido pelo Núcleo de pesquisa A criança e o discurso analítico – Curumim, à investigação sobre como se dá a prática da letra na escrita de um caso.

No próximo semestre – ainda com a pergunta, que insiste, sobre uma escrita de caso que deixe entrever o real em jogo em uma análise e que faz avançar a pesquisa –, abordaremos o litoral entre literatura e psicanálise com o seguinte pressuposto: “não se trata senão de ler, no sentido do significante” (Regnault, F, 1993, p. 134), o que aponta à leitura que Lacan faz de Hamlet no Seminário 6: “o modo como uma obra nos toca, e nos toca precisamente da maneira mais profunda, ou seja, no plano do inconsciente, decorre de sua composição, de seu arranjo”(Lacan, 2016, p.295)

Pretendemos verificar a composição literária a partir de uma investigação de Umberto Eco sobre a seriação. Ele diferencia a lista corriqueira da literária, e situa o uso que diversos autores dela fizeram para dizer do ilimitado não a partir do que as palavras não alcançariam: “[…] diante das listas de Joyce ou de Borges, é evidente, ao contrário, que o autor não elaborou listas porque não saberia como dizer de outra forma, mas sim porque quer dizer por excedentes, por ybris e gula da palavra, por alegre (raramente obsessiva) ciência do plural e do ilimitado” (Eco, 2010, p.327).

Referências Bibliográficas:
Regnault, F. “Essas esquisitices abundantes nos textos psicanalíticos”. Em: Miller, G. Lacan. RJ: JZE, 1993, p. 134
Lacan, J. (1958-9) O Seminário, livro 6: o desejo e sua interpretação. RJ: JZE, 2016, p. 295.
Eco, U. A vertigem das listas. RJ: Record, 2010, p. 327.
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